quarta-feira, 30 de março de 2011

Afinal havia outras... medidas!


Não gosto de política. Melhor, eu detesto política.
Não sou fã do nosso "Ex-Primeiro" assim como a grande maioria da população. Não vou discutir se Socrates é um bom ou mau primeiro ministro, em primeiro lugar porque não me sinto habilitado para tal, e em segundo porque ao ter levado no pêlo como toda a gente, torno-me parcial. Mas talvez a minha inimizade pelo dito não seja tão profunda como a da maioria. Acima de tudo, não acho que a sua queda tivesse sido motivo para festejos nas ruas como se viu em Lisboa, por três motivos:

Em primeiro lugar, porque na fase crítica em que o país se encontra e a necessitar ao máximo de credibilidade nos mercados externos, uma queda de um governo não ajuda de forma alguma. Imaginem que são donos um negócio, por exemplo um banco. E que há um individuo que vos pede um empréstimo, mas que sabem de antemão que a empresa onde este trabalha e que é a sua única fonte de rendimento anda no vai não vai. Emprestavam o dinheiro? Eu não emprestava. Mais, pela falta de confiança no País, Portugal assume uma posição de "cliente de risco". Assim como os bancos em que quanto maior fôr o risco apresentado, maior é o Spread aplicado no empréstimo, os juros da dívida suberana Portuguesa subiram de imediato no dia a seguir á queda do governo.

Em segundo lugar porque mandamos os "Homens da Luta" ao festival da canção. Se restavam dúvidas da balbúrdia político-financeira que por cá vai, os Alemães ficarão esclarecidos ao receber os nossos "representantes" em Dusseldorf. Não precisão de entender a letra, a comunicação social encarregar-se-á de a traduzir.

Em terceiro lugar, e quanto a mim o mais grave, porque a única opção que sobra para o lugar de "gerente" desta nossa pequena empresa é Pedro Passos Coelho.
Sejamos pragmáticos e muito directos. Partido Comunista, Os Verdes e o Bloco de Esquerda não têm hipotese, são todos muito bons moços, mas fazem parte da paisagem como sempre fizeram e são uma grande mais-valia para a oposição, não mais que isso. O PP se quiser entrar na corrida, tem que ser como "side-car" do PSD. Ou seja, sobram os partidos cujo nome ninguém conhece e o PSD.
O que é que me preocupa em Pedro Passos Coelho?
Eu explico. Assusta-me que alguém ponha os interesses pessoais ou partidários e a sede de poder à frente dos interesses da Nação. Aquando da apresentação do PEC4, todos os partidos ainda que vetando o dito, apresentaram idéias e soluções para a situação do país (capazes ou não, já são outros quinhentos), o que demonstra um interesse em resolver o problema. PPC limitou-se a vetar o PEC, não apresentando uma única alternativa. Qual era então o seu único interesse? Fazer cair o governo ainda que sabendo que isso atiraria o país para uma crise ainda mais profunda, de onde só se sairá agarrando a corda do FMI.
Tendo como principio para esta revogação as medidas de austeridade apresentadas pelo governo pois não se podiam pedir tais sacrificios aos Portugueses, o que PPC queria dizer era que afinal as medidas não eram suficientes. Aumentos de impostos, as Scuts, congelamento de salários e décimo terceiro mês continuam a fazer parte do pacote. Assim, e já que falamos em pacote, quem estava a bater com os tachos nas ruas da Baixa Alfacinha e quem esfregou as mãos de contente ao achar que PPC tinha uma árvore das patacas que ao abanar caía dinheiro, não ponha já fora a vaselina porque ainda que não haja dúvidas que o Engº nos andava a comer o rabiosque, Pedro Passos Coelho também o vai fazer e pelos vistos ainda vai espetar um bocadinho mais fundo...

Sem comentários: