Por sua vez a vizinha que o chamou demorou 3 meses a dar falta da vizinha. O que se entende, não é? Reformadas, atarefadissimas, nem paravam todos os dias na letra sobre a vida alheia... Mas ok, 3 meses já é de estranhar... Aparentemente, "Dona Augusta era uma rebelde que já tinha estado sem aparecer em casa durante dias", confessou, a última vez que se recorda, "foi no WoodStock em 1969". Provavelmente algo de anormal se passava... E não é que tinha fundamento? A senhora estava anormalmente... Não-viva!
Mas por esta altura já deve haver gente a perguntar - E a família? Abandonaram a senhora? Em nove anos ninguém deu fé da sua ausência? E eu respondo-vos - "Shame on you!!! Isto por serem más-línguas. Porque houve um sobrinho de Dona Augusta, de seu nome Armando que já em 2002 participou á PSP e ao tribunal de Sintra o desaparecimento da tia. O problema é que a senhora era muito asseada, incluso após o seu próprio óbito e durante nove anos nunca gerou mau cheiro e sem mau cheiro não há cá arrombamento de portas. Assim, assolado pela saudade e preocupação, ano após ano, Armando nunca tentou entrar em casa da tia porque o tribunal não deixava. Não deixava porquê? Porque não cheirava. E aqui a história já começa a cheirar mal.
Tenho uma teoria em relação ao cheiro e uma justificação que a invalida, mas vou contar na mesma porque me faz sentir um pensador, ainda que inexperiente e contraditório, o que em certa medida até me tira alguma credibilidade...
Ora se a senhora apareceu finada no chão da cozinha, provavelmente estava a cozinhar e tinha o exaustor ligado. O exaustor durante estes anos todos foi aspirando o cheiro fétido da morte, fazendo com que o agradável cheiro a lavanda do detergente de lavar as escadas levasse a sua avante. Isto até faria sentido (embora idiota) se a EDP ao fim de 15 dias da falta de pagamento não cortasse a luz sem dar cavaco a ninguém, o que desligaria automáticamente o aparelho, ficando oito anos, onze meses e quinze dias (mais hora menos hora) por justificar.
Como se deu conta da morte da senhora? Graças ás finanças! Pois é... A GRN, PSP e o tribunal de Sintra não podem arrambar a porta da senhora por falta de cheiro, mas as finanças se necessário, até levam o Sr. Sousa do contêncioso que já morreu há uns anos mas não foi avisado formalmente de modo a executar a penhora de forma legal.
Parece que já os vejo a entrar porta dentro deparando-se com tal cenário...
- Olhe Dona Augusta, lamento mas vai ter que sair. E não adianta ficar aí deitada que não vamos ter pena de si. Não pagou a água, luz, contribuição autárquica e condominio. Não apresentou declaração de IRS nos últimos nove anos nem foi aos passeios da junta que já estavam pagos pelos contribuintes activos. Ficou a dever uma lata de feijão verde ao Sr. António da mercearia e o técnico da Portgás queixa-se que nunca permite que se faça a revisão anual ao equipamento e canalizações respectivas.
(entretanto entram 2 auxiliares)
- Levem a Dona Augusta que está a ser parvinha e infantil...
No fim da história só há uma pergunta que gostava de ver respondida - As finanças deram conta que a senhora Dona Augusta estava em falta pelo não-pagamento das suas obrigações fiscais. Ok. Mas foda-se!!! E não deram fé que a mulher não levanta a reforma há nove anos??? Deve ser isto que chamam o Simplex. Um erro eles deixam passar, mas dois já é um abuso!!!
5 comentários:
mesmo assim continuo a dizer...fdx em nove anos é impossivel não haver cheiro.... dasss, anda tudo de nariz tapado em Sintra é!
Nuno Feliz disse:
Que a velhinha não cheirasse, ainda vá, agora e o caniche que também lá estava esticadinho ao comprido.
E depois temos as invejas, foi só as televisões falarem neste caso e numa semana do Minho ao Algarve encontraram logo mais 4.
São os velhinhos a pedir atenção...
Pois, mas é melhor encontrarem outro método.
Porque se morrem para chamar a atenção, são capazes de ficar sem saber se foram bem sucedidos.
Penso eu de que...
Errado! Agora tem toda a atenção de Nosso Senhor...
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