sábado, 28 de janeiro de 2012

É este o mundo que nos espera?


Há poucas coisas neste mundo que me conseguem deixar realmente triste. Há muitas que me deixam fodido, lá isso há mas isso eu não me importo. É um sentimento de força que me incita a reagir. Já a tristeza é diferente, é desarmante, é enfraquecedor, é tão negativo que ultrapassa a barreira do "fodido" e envolve-me numa aura de impotência que me dá uma vontade imensa de explodir e deixar de assistir ao que por vezes não sou rápido ou inteligente o suficiente para evitar.
Normalmente o tipo de acontecimentos e acções que qualificam de imediato para o quadrante da tristeza prendem-se com a bicharada. Cães, gatos e todos aqueles que não pediram para nascer e depender de nós para sobreviver num mundo tão modificado e tão reconstruído à nossa própria imagem e necessidade, tão cheio de armadilhas e más intenções que se tornou praticamente impossível a um animal viver ou sobreviver pelo seu tempo natural de vida, quanto mais fazê-lo tendo uma vida minimamente digna e descansada.
Não obstante de todos os problemas que um animal tinha já que enfrentar como o abandono, os maus tratos ou as experiências cientificas, no campo do entretenimento a perversão continua a evoluir com o aval da sociedade. Depois das touradas, dos circos com animais e das lutas, a imaginação humana atingiu novos níveis de crueldade. Depois de Guillermo Vargas ter morto de fome um cão como "forma de arte" tendo sido aceite por galerias, apreciadores de arte e sistemas judiciais, agora é a vez de Katinka Simonse, uma "artista" Russa de trinta e um anos que mutila animais em nome da sua "arte". De novo, a impunidade é a palavra de ordem. Todos os dias animais são mal tratados, humilhados, desrespeitados sem que se atribuam culpas a quem quer que seja, estes artistas do horror continuam a actuar livremente sem que uma alma com autoridade se importe com isso.
Não vou postar imagens, são demasiado degradantes e inumanas para não dizer chocantes seja para que estômago for, quem quiser procure na internet, mas daí lavo as minhas mãos. Estão por própria conta e risco.
O mundo continua a correr no sentido da indiferença, onde uma vida não tem significado ou validade, onde cada vez mais o sofrimento alheio não nos incomoda, onde o comodismo nos convida a abdicar dos valores, dos princípios e da humanidade de que eram feitos os homens de gerações anteriores, os homens que fizeram o 25 de Abril, os homens que combateram Auschwitz,  de um modo geral os homens que aceitaram viver e conviver num mundo maior que eles próprios.
Nem vou questionar o gostar ou não de animais, já é uma conversa antiga demais. Mas o princípio do respeito pela vida que tanto é apregoado por todos é ignorado por completo quando se fala de animais.

A continuar assim, qualquer dia esquartejar e expor animais vai ser banal. O que vem a seguir? Vamos ter de novo esta conversa quando alguém achar que é arte mutilar, sei lá... Crianças, por exemplo?

P.S. Já circulam petições na net para levar esta assassina à justiça. Façam a vossa parte e assinem. Na impossibilidade de acetrar uns belos murros na tromba da senhora e de quem lhe ensinou os principios da vida, é o mínimo que podemos fazer...
http://www.change.org/petitions/bring-animal-killing-artist-katinka-simonse-to-justice?utm_medium=facebook&utm_source=share_petition&utm_term=autopublish


segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Bricolage, bloody bricolage...


Gosto de pensar que sou um gajo com umas mãos abençoadas. Que tenho um jeito especial para tudo quanto envolve pegar na ferramenta e meter as mãos á obra (bricolage ó tarados!). Assim um daqueles de quem se diz, "Ah... Que ricas mãos ele tem, podia ser massagista se quisesse..."
Sempre sonhei que um dia iria dar comigo a passear na rua e à minha passagem as mulheres paravam, suspirando e passando a mão em câmara lenta pelo pescoço sussurravam carinhosamente por entre suaves sorrisos palavras de saudade e nostalgia por trabalhos feitos em tempos idos. Assim como nos anúncios do AXE, estão a ver?
Os tipos também podiam parar e sussurrar uma treta qualquer se isso fizer alguém feliz. Por mim, dispenso!
Bom, mas aqui entre nós que ninguém nos ouve a não ser que leiam isto em voz alta, a verdade é que de tempos a tempos o meu talento para os trabalhos manuais prega-me umas partidas deixando-me em maus lençois e é aí que normalmente alguém se aproveita para  me enfiar a mão na carteira.
Por esta altura já devem estar tão confusos com toda esta conversa como um arrumador de carros na Tailândia, mas eu vou explicar.

Há um ano atrás uma mangueira do esquentador estava a pingar. Era apenas uma gotinha de meia em meia hora mas andava a incomodar a F. que por sua vez me lembrava que tinha que consertar aquilo mais ou menos ao mesmo ritmo do gotejar do raio da mangueira.
Ao fim de uns dias visto ela não se calar, fui à drogaria e comprei uma mangueira igual à que estava incontinente e meti mãos á obra. Resultado? Depois da primeira tentativa em que me esqueci de fechar a água encharcando toda a marquise e a mim prório, tentei uma segunda vez onde o melhor que consegui foi um gotejar de dois em dois segundos e ter entortado o tubo do gás, pelo que tive que chamar um "especialista". O "especialista" era tão "especial" que se cobrou de setenta e cinco euros! Diz que nem foi pela mangueira... O que custou mais foi arranjar o tubo do gás...

Ontem resolvi montar umas barras no tejadilho do carro e um suporte para a bicicleta. Após cerca de uma hora e meia a abrir, fechar, rodar, apertar e desapertar a porra das barras lasquei um dedo e tive que parar para tratamentos ao dito dedo. Duas horas mais tarde enchi o peito de ar e voltei à carga para descobrir duas coisas:
Primeiro que tinha salpicado o carro todo com sangue.
Segundo, que o suporte não dá para a minha bicicleta...
Voltei a desmontar tudo e a guardar no local onde estava e de onde nunca devia ter saído.

Neste momento só queria saber se alguém sabe como se tira sangue da chapa do carro sem danificar a pintura...

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Cabras das moscas!


Já há uns tempos atrás tinhamos falado aqui que a população mundial de abelhas estava a extinguir-se e que se isso acontecesse, de acordo com Albert Einstein nós seríamos os próximos na lista.
Um estudo recente pela Universidade Estatal de S. Francisco vem confirmar que a cada ano o número de abelhas vem sendo reduzido em trinta por cento.
Aparentemente anda aí uma mosca de seu nome "Apocephalus borealis" cheia de veneno e más intenções que anda a dizimar colmeias inteiras. A mula senta-no colinho da abelha de forma sedutora, falando ao ouvidinho dizendo-se muito apaixonada e que vai fazer-lhe algo que nunca lhe fizeram. Quando a pobre da abelha dá fé que foi enganada, já levou com uma injecção de milhares de ovos. Sete dias depois diz adeus à família e de malinha debaixo do braço caminha aliviada em direcção à luz.

Quando cientistas de todo o mundo andam de olhos postos no céu à espera de um ataque de extra-terrestres, afinal de contas são as cabras das moscas que nos divertiamos a aviar quando eramos catraios que nos vão passar a certidão de óbito.

A vingança é um prato que se come frio...

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sábado, 14 de janeiro de 2012

Executive my ass!!!



 "Olá eu sou o Jay e sou viciado no Facebook."
De início nem queria ouvir falar mas depois de experimentar rendi-me ás possibilidades e benefícios da rede.
Uma das regras que me imponho a mim prório no que respeita à rede é não adicionar ninguém que não conheça pessoalmente ou já tenha falado e mesmo nesses reservo-me o direito de escolha. Abro uma única excepção aos bloggers "amigos" e às pessoas que tenho vindo a conhecer e através destes (as que tenho vindo a conhecer melhor). No fundo imponho-me a mim próprio a obrigação de saber algo sobre as pessoas que adiciono ao invés de coleccionar fotos de perfil com nomes, caras e mamas que nunca vi (e sabe Deus Vosso Senhor o que custa recusar certos convites).
O único problema é que ao contrário do que se diz por aí, eu sou um gajo simpático e ás vezes lá adiciono um ou outro que é amigo de um amigo, que pertence ao meu clube de BTT ou outra treta qualquer do género mas de quem no entanto não sei nada e muito provavelmente nunca virei a saber, mas na altura por um ou outro motivo não quis ser indelicado e resolvi aceitar.

Há uns dias não tinha grande coisa para fazer ou tinha mas não tinha grande vontade, não me lembro bem e decidi actualizar a minha lista de amigos no Facebook e apagar essa meia dúzia de caras (porque mamas eu não adiciono mesmo) e para meu grande espanto ao abrir a lista de amigos constato duas coisas:
Primeiro, sou o indivíduo mais bem relacionado à face da terra.
Segundo, o mundo tem os dias contados!
Calma, calma, não vão já a correr saltar da ponte que eu explico. É muito simples na verdade, o problema é que hoje em dia toda a gente é:
- Director executivo
- Director comercial
- Executive manager (esta está muito em voga, deve ter desconto)
- Gerente
- Chefe de equipa
- Gestor executivo
- Director técnico
- Maintenance manager
- E a lista continua por aí fora...

Raios me fod@m (já dizia o meu avô), se não há aqui gato escondido com o rabo de fora!
Se hoje em dia o país não tem lixeiros, trolhas e empregados de mesa e só tem directores, quando precisar de umas obras em casa quem as vai fazer? Na volta tenho que as fazer eu.
Das duas uma, ou o povo anda a inventar um bocadinho ou a aproveitar-se do politicamente correcto para parecer mais que aquilo que sente ser.

Gerente ou empresário hoteleiro... Empregado de mesa e filho do patrão.
Chefe de equipa... Trabalha sozinho no seu departamento.
Director comercial... Único vendedor da empresa.
Como se ainda não bastasse, alguém inventou a moda dos anglicismos que floreiam ainda mais o que por si só já é uma grande paneleirice, como por exemplo o "Executive manager" que assim como o director comercial facebookiano não passa de um vendedor igualzinho a outro qualquer.

A outra hipotese é eu ser um gajo muito bem relacionado, o que me traz um grande sentimento de vergonha em relação à minha profissão de desenhador projectista (que pariu, que profissão tão feia). Assim, resolvi debruçar-me sobre o assunto e acho que resolvi o problema da classe que anda por aí escondida. De hoje em diante, pintores de construção civil chamar-se-ão "técnicos executivos de pigmentação e superfícies", coveiros serão "técnicos superiores de implementações em sub-solo". Um chulo passará a ser um "Director de recursos humanos no ramo das forças de trabalho sexual" e um varredor de rua será chamado por todos de "Consultor operacional de imagem e manutenção urbana"!

E já agora que nome vamos dar aos desempregados?
E à gang do rendimento mínimo?
Passam a ser "Técnicos de actividades várias na reserva"?
E as putas? "Empresárias/especialistas em sucção e penetrações anatómicas? (Se tiverem chulo então passam a ser apenas Especialistas em sucção e penetrações anatómicas).

Agora neste novo mundo empresarial em que todos tentam ser mais gente, não quero mais confianças. Deste dia em diante quando passarem por mim todos tirarão o chapéu e comentando entre si dirão com admiração e respeito - "Olha, vai ali o Jay, "Executive industrial designer"!!!

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Rescaldo da descida do Leça 2012


Habitualmente quando faço um rescaldo de uma saída de BTT os pormenores recaem sobre o percurso, o clima e outros pormenores mais técnicos. Mas no que respeita a este raid já o fiz uma vez no "rescaldo da Rota do Leça 2011" e não tenciono repetir-me. Desta vez será um pouco diferente e vou dar mais atenção ao lado humano da coisa. Peço desculpa a todos que ao lerem este registo não estendam patavina mas são maioritariamente private jokes, e não poderão ser feitas abertamente pois evocam pressupostos a tendências homossexuais e muito pouco dignificantes para os visados nas mesmas.

Então vamos lá ver: O que eu gostei neste raid que realmente sobressaia e suplante o interesse de falar de bicicletas? A atitude geral do grupo, o bom humor sempre a bater no tecto e acima de tudo o facto de o Avelino Augusto Pinho não ter fugido com as bicicletas (achei atencioso da parte dele), a aula de troca de pneus gratuita e altamente infrutífera, mas acima de tudo a companhia que como um carro usado num stand ranhoso de beira de estrada... Foi absolutamente irrepreensível!
O percurso eu já conhecia, se bem que com bom tempo chega mesmo a ser agradável.
Confesso que desconhecia as habilidades circenses do Pedro Ferreira e do António Jorge e que fiquei deveras surpreendido com o equilibrio do Pedro... E com a falta de equilibrio do Antório Jorge.
O Moreirinha sempre igual a si próprio, manteve-se ao mais alto nível a falar ao microfone, o Miguel Gomes e o Ze Alves sempre em cima  situação e a dar apoio técnico-cultural por esse rio abaixo.
O Avelino, AKA "Ma bitch" a trocar pneus não dá margem para dúvidas de quem manda na "cena da mecânica" no fim de contas ficou por explicar como é que o Miguel Gomes conhece o "Ma bitxh" só ao vê-lo por trás. Como dizia a Dna Quirina - "Mistério!!!".
O Jose Miguel Esteves foi a grande revelação do dia demonstrando com exemplos práticos uma faceta máscula e dominadora no que toca à arte do "encaixe" e do sentido de oportunidade.
O Carlovsky quando se oferece para dar assistência a trocar pneus é sempre coisa para dúvidar. Pelo sim, pelo não não se concentrem demasiado na tarefa e olhem sempre sobre o ombro não vá haver uma camera indiscreta apontada na vossa direcção. É no entanto consciencioso (O Carlovsky) e sempre preocupado com o bom nome da equipe pelo bom exemplo e não se poupando a conselhos como: Cuidado, não se toquem uns aos outros nos caminhos estreitos (fiquei no entanto sem perceber o contexto desta afirmação reservando-me por agora a demais comentários).
Esperava mais do Nelson NeMixe e do Sérgio Barbosa, sou sincero. Esperava vê-los cair com os pedais novos e gastar ao menos um dos tombos que vêm de garantia. Que desilusão meus senhores!

Por outro lado fiquei feliz ao descobrir que a tecnologia tem evoluído positivamente no sentido do conforto do ciclista. Não é que agora há mesmo walkie-talkies com palavra-passe? Fiquei flebagasted ao perceber que se acrescentasse a pass "Ó homossexual!" antes da mensagem, havia receptores que se identificavam de imediato. Ainda no domínio da comunicação e da interacção humana fiquei desiludido ao perceber que há aí uns melros que cantam muito mas têm a pilha fraquinha, fraquinha...

Invariavelmente, continuo ás voltas com os travões, agora que comprei uns novos, que os levei para voltar a afinar e trocar uma mola partida, que lixei os discos com lixa grossa e os travões estavam nem mais nem menos que perfeitos, deixei cair umas gotinhas de óleo nos discos e voltei a foder a escrita toda. E o que é que isto tem a ver com o passeio? Tem tudo, pois a vovuzela (que tanto gosto) que ouviram durante o raid todo eram os meus travões a ranger...

Pode considerar-se que este grupo não descrimina cores, raças ou sexos. De que outra forma se explicaria a presença de um benfiquista e de uma donzela que necessita de uma mãozinha para atravessar as valas?
Mais pedra menos pedra, mais caimbra menos caimbra assentamos arraiais na tasca à hora prevista para uns rojões e umas tripas à moda do Porto, que viríamos a descobrir, acabariam por marcar os 20km de percurso restantes.
Uma palavra de apreço à simpatia do Staff do restaurante e beijinhos do colectivo à Patrícia, para a semana lá estaremos para o prometido striptease!
All in all, tudo correu de feição, com tanta sessão fotográfica e paragens para intervenções mecânicas penso que encaixa como uma luva a expressão do momento:

"Foi um raid de gás atado!!!"

P.S. Normalmente costumo adicional os links das fotos no final mas desta vez não o farei dada a falta de dignidade espelhada nas mesmas! (mas como sou um tanto ao quanto cabrãozeco, se quiserem muito ver estão no Facebook dos Naturanda)

007 - Ordem para roubar


Não é novidade para ninguém que de cada vez que o governo resolve liberalizar o preço de venda de um determinado produto é uma carta branca que passa para que se roube de forma legal. Assim, desde que foram liberalizados os preços dos combustíveis, as gasolineiras gerem o preço mediante as alternativas dos utentes. Se há mais alternativas o preço desce, se há menos o preço sobe mas nada como o que presenciei ontem.
Ontem fui ao Cartaxo. Sempre tive na idéia que nos centros urbanos os preços seriam os mais altos até por ser onde a média de ordenados ser mais alta, ora ainda que a 50km de Lisboa, o Cartaxo não é um destes centros. Para minha grande surpresa ao sair do Cartaxo para voltar ao Porto passo por uma gasolineira que eu não vou dizer que é a GALP que cobra sem vergonha ou remorsos 1,64€ pelo litro de gasóleo e 1,70 pelo litro de gasolina sem chumbo 95...

Viver não custa, o que custa é saber viver...

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Assim não dá!

Eu tento, eu juro que tento mas não consigo fazer uma merda de um post com uma catraia constantemente a gritar no meu ouvido...

Sorry!

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

As luzes desta cidade


Por momentos cheguei mesmo a duvidar do local onde me encontrava. Ainda que estando certo que a porta que fechara atrás de mim ao sair era a do sítio onde vivia haviam já cinco anos, a cidade diante de mim parecia ter-se transformado numa aldeia pelos traços típicos dos horários madrugadores e dos costumes de um povo de hábitos mais matinais que nocturnos e que um após o outro se iam tornando mais evidentes à medida que me deixava arrastar na direcção oposta à do meu porto seguro. Não fossem os imponentes e gigantescos caixotes de betão com janelas, empilhados uns sobre os outros servindo de dormitório aos milhares e milhares de pessoas quais formigas obreiras descansando, e com facilidade me teria convencido a mim próprio de que teria sido sedado e transportado para um local a vários quilómetros de distância.

À parte dos candeeiros das ruas, poucos eram os focos de luz que conseguia ver por entre as janelas dos prédios. O escuro da noite pintava as fachadas dos edifícios, salpicadas de quando em vez por uma luz acesa aqui e outra acolá, talvez alguém mais afortunado que não pertencendo à classe operária estivesse dispensado das obrigações e limitações de um ordinário e mísero  salário no fim de cada mês e que num rasgo de rebeldia rompia com a recente decisão colectiva de viver ás escuras e com a monotonia desta mórbida e gélida escuridão que como uma epidemia se espalhava pelas ruas tornando-as solitárias e impessoais.
Continuei a andar. Não havia ponta de luz. Talvez a madrugada tivesse vindo mais cedo render o serão sem que eu me tivesse apercebido da sua sorrateira chegada ou então talvez me tivesse perdido nas horas. Mas era de todo impossível, não havia nem meia hora que me levantara da mesa do jantar que religiosamente tinha tido lugar à mesma hora de todos os dias.

Foi então que percebi... 2011 já nos tinha deixado e levara consigo as suas velhas e desactualizadas taxas de IVA. 2012 havia tomado as rédeas e o IVA sobre a energia eléctrica já estava a 23%...